domingo, 5 de dezembro de 2010

Qual a sua idade?

Numa conversa, em geral, primeiresca, os recursos fáticos, que se atêm na perspectiva de criar com seu interlocutor um diálogo, entram em ação. É um tal de “Oi!”, “tudo bem?”, “qual seu nome?”, “onde mora?”, “trabalha, estuda?”... Enveredando-se nos confins de tantas perguntas em que se objetivam respostas infindas e concretas, eis que surge ela, a principal, a “mater”, a mestra. Aquela que, na maioria dos casos, determinará conceitos, relações, pré-conceitos e que, embora aparentemente de resposta concreta, esconde-se em si mesma o mais profundo significado abstrato: “qual a sua idade?”.

Aí está a ferramenta a qual busco externar: a idade.

Engraçado é que muitos, ou mesmo a maioria esmagadora, contentam-se ao ouvir: minha idade é X. Contentam-se no sentido de querer resumir uma pessoa a sua idade, de quantificar numericamente e aceitar pacificamente esse produto-resumo proposto por sei lá quem.

Apesar de estar primordialmente nos recursos fáticos primeiros, vê-se também diante de pequenos diálogos e discursos segundos que essa relação temporal quantificada ainda é muro/entrave construtor de barreiras e laços, por vezes indestrutíveis na sociedade hodierna (o que há muito já tem mudado, ainda que não assuma quantidades expressivas).

Pois bem, o campo semântico da Idade, para mim, é muito mais abrangente e complexo do que se pensa. Daí dizer que também o é abstrato. A abrangência e complexidade são percebidas no campo mental, psico-intelectual, de cada Ser/Cidadão. Logo, um cidadão é visto como produto formado e em constante transformação de sua vida, graças às experiências individuais ou compartidas, as quais acarretaram na formação de uma pessoa particular, diferenciada, independente do seu tempo no mundo.

Assim, a idade material seria mais bem equacionada quando se percebe o todo envolto nas partes, sendo o todo olhado no âmbito do enriquecimento social, intelectual, experimental, natural, tangível, maduro e as partes, pequenos fragmentos matemáticos ditados desde o dia de seu nascimento.

Deste modo, como julgar uma idade concreta e trazer rente a ela conceitos pré-formados? Fazendo-se a análise mais profunda, cai por terra essa quantificação apenas temporal e mesquinha imposta pelas sociedades de outrora e vigente atualmente.
Alvorece então um novo refletir. Aquele que tange o transcendental, o metafísico, no tocante à idade. Bem lá no mundo das ideias, lembrando Platão, no qual as coisas são belas e nessa perpetuação de presentes-contínuos como dizia Agostinho, sendo, pois, esse imbricamento capaz de dar uma visão senão, também, mítica do processo formacional identitário anumerado.

Bem já dizia Wolfgang Iser em sua tríade que real, ficcional e imaginário estão interligados, bem como teorias sistemáticas e complexistas que expõem as interconexões dos eventos. Diante disso, o mundo das ideias não existiria sem o mundo das coisas palpáveis; o presente-passado e presente-futuro ficariam presos em um entre-lugar (numa alusão a Homi Bhabha) desconhecido, o nada, caso não existisse presente-presente.

Isto posto, não se pode afirmar ou julgar as coisas/pessoas simplesmente por significados meramente quantitativos que ludibriam a concretude dos fatos. Por mais que pareçam exatos, falta ao homem pós-moderno a sabedoria para lidar não só com o imanente, mas transcender aos obstáculos, muros e significados, mesmo os mais corroboradores possíveis. Só assim, transcendentalizando, imbricando o real ao imaginário e vice-versa, percebe-se que o abstrato se torna mais confiável, admirável, consequente e paradoxalmente, mais concreto.

Portanto, a idade material inexiste. Ela é apenas produto da nossa psiquê. Assim, por ser dita apenas de forma temporal, esquece-se que, segundo Einstein, o tempo é relativo. Sendo unicamente essa visão unidirecional também relativa, o que comprova minha tese. Todavia, por estar na psiquê podemos extrair todas as relações das mais abstratas possíveis e interconectá-las a fim de obter melhores resultados comprobatórios e concretos do que meros números indefinidos, incapazes de determinar, por completo, a natureza de um ser tão complexo por natureza.

Erlei Morbeck 18/11/11

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Grato!

quarta-feira, 31 de março de 2010

'PraGe'


Ah! Esses teus labirintos: tão verdes, tão lindos.
Fico perdido nesse oceano em que me encontro
É apenas um ponto em plena imensidão.
Ah! Quão mais perdido sei que estou,
Mais quero adentrar com veemência nesse submundo
Chamado você.

E olhar de dentro de ti e ver o nós,
Em pleno reflexo de um eclipse lunar
Traduzindo, num espaço virginal, nas nuvens,
As mais belas frases que posso te dizer.
Decifrando em essência todo meu
Simples-complexo-puro-demasiado amor.

Voa, bate asas meu passarinho
E vem sempre pra perto de mim.
Encosta neu e não mais se vá.
Completa meu coração
Que repleto de você já está!

Ó minha estrela,
Que como astro maior ilumina minha humilde vida.
Traz o teu brilho repleto só para mim,
Para que na fonte de tua luz eu possa descansar,
Senti-me seguro ao te contemplar.

Brilha! Brilha os teus olhinhos pra mim
Brilha! Para que eu possa refletir os teus olhos assim
Brilha! Para que eu não mais me esqueça do teu brilhar
Brilha! Para que sempre eu tenha onde te buscar


Ah!... O amor!... Tão cego, tão vivo, tão excepcional,
Tão eu, Tão você, Tão amor, Tão nós!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Eis o pobrema do excritor


O pobrema do excritor
são indentificar os pobrema dos testos dos otro
e não comcegui indentificar os vassilos dele mesmo.
Pur que o portuges é tãom dificiu para os otro
e tãom faciu para min?
Eh, axo que vou acabar imsinano hà grámàtica!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Meu plano sentimental



Falar do meu plano sentimental em meus versos é o combustível da minha escrita. Argumentar sobre pensamentos e emoções, mesmo aqueles que eu nem tinha, sempre esteve presente em minha obra. No entanto, não conhecia o tal amor. Talvez os versos o expressassem para externá-lo de mim e não deixar que eu o visse, talvez eu realmente não o conhecesse. Zombava, tripudiava, vulgarizava esse estado de espírito metafísico, até ter me deparado com ele. Foi estranho, muito estranho! Primeiro, conhecê-lo. Depois, aceitá-lo. Não posso negar que este é um lindo sentimento pelo qual todos devem provar. No entanto, conscientes de que não são apenas flores, há também espinhos. E ferir-se com esses espinhos é impregnar-se de dor e assumir uma grande fresta – um buraco, um vazio, uma solidão. Quanto aos espinhos, não tenho ainda sábias experiências para comunicá-los, mas quanto às rosas... Nunca meu jardim se viu tão brilhante: são margaridas, orquídeas, girassóis, beija-flores, passarinhos para lá e para cá. Como fica besta aquele que ama. Porém, infeliz daquele que não é amado. O engraçado é que agora que o enxergo (meus sentimentos) não falo muito sobre ele. Talvez tenha superado minha expectativa, talvez não a tenha atingido. Calar minhas palavras foi aprender a reduzir minha expressão transcendental. Minha quietude se fez necessário. Dizer menos e escrever menos foram ações inquestionáveis. Sábio aquele que pouco fala/escreve e muito ouvi/aprendi. Fez-se necessário também que eu me calasse por auto-proteção, protegendo-me de mim mesmo e dos perigos que os espinhos podem vir a me causar. Há momentos que sofro oscilações, dúvidas, questionamentos, incompreensividades, mutabilidades. Ora sou palpável, ora intangível. Todavia essas variações não deixam que meus sentimentos se afastem de mim, mesmo às vezes quando o afastamento se faz necessário.
Após tempos, hoje resolvi abrir um precedente para falar desse meu plano metafísico. Pergunto-me por que só hoje? Por que não antes de ontem, ontem, amanhã, ano que vem? Talvez eu esteja ficando cego novamente, talvez eu esteja passando por mais um processo de mutabilidade, talvez, e mais certo, estava apenas precisando gritar nos meus versos os turbilhões dentro de mim, fazendo-me enxergar de fora – meu escrito – para dentro – minha leitura. Ah... Se a alteridade funcionasse! Verias então como estou.

(Erlei Morbeck 10/11/09)

Está chegando a hora


Sinto a chegada do meu aniversário
Sinto também que me jogarão uma grande culpa
Culpa da qual sou realmente culpado
Mas injustamente culpado
Não foi minha a decisão, partiu da parte superior
Condenarão-me por isso. Fazer o quê?
É, esse é o peso de se tornar mais velho
Ser dono do próprio nariz
Conseqüentemente das próprias culpas
No entanto, que ele venha e passe tão rápido quanto chegou
Quero que durem apenas os mimos,
Os carinhos, os afagos sinceros dos meus
O presente que mais desejei de uns dias para cá
Talvez não o possa ter, decerto não o terei
Ah, se soubessem desse presente
Nem com o embrulho eu me importaria
Enfim, não receberei o que mais quero
Tampouco serei agraciado com os meus desejos
Acredito que só me restará a culpa
E quem sabe alguns afagos.
(Erlei Morbeck – 10/11/09)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Ainda sem nome


Nesse plano transcendental de filosofias,
Meu útero resplandece como brasa.
É o show pirotécnico de alegria.
O meu metafísico ruge para vir ao mundo
No grávido conhecimento preso,
Buscando por libertação.
Externar, exaurir, haurir. Tudo quer sair de mim
E se fazer completo comigo.
Minha masturbação mental excita minha psique
Faz-me enveredar por caminhos infindos
À procura de perguntas sem respostas.
O meu tesão só cresce, na expectativa do avanço.
Mente reduzida é para fracos
Pensar, discernir, decidir, entender, buscar
Infinitivos para poucos, para fortes.
E me perder no universo das letras,
É me encontrar no meu esconderijo
Camuflado, não resoluto e belo.
Quão maravilhoso és, conhecimento!
Se estiveres em mim, isso já me basta.
Pisoteio a santa ignorância que me cerca,
Apesar de muitas vezes impregnar-se em mim.
Libero-a na minha menstruação diária
E volto para minha aventura de caça ao perdido,
(Re) descobrindo sempre um novo mundo
Redecorando e florescendo o meu jardim pandoresco
Mistérios mil o contêm, os mais dantescos também
Meu instinto animalesco não foi perdido
Não o escondo dentro de um Cavalo Troiano
A sistemática da evolução o tratou de preservar.
Mas eis que chega a Roda Viva e carrega tudo pra lá.
Afogo-me em versos
Querendo te salvar de um mundo voraz e enérgico
Para que a energia do cosmos reluza em ti.
Cuspo, vomito, escarro e excreto em minha grafia
Minhas conturbadas e generosas idéias
Tentando martelar o prego da sede do saber
Cravando o crivo que já me foi fincado.
Exalo o perfume do conhecimento
E respiro a cultura que se passa do meu lado.

“Se o conhecimento pode causar problemas,
não é através da ignorância que iremos solucioná-los”.
(ISAAC ASIMOV)


(Erlei Morbeck – 03/11/2009)

sábado, 31 de outubro de 2009

Eu, minha viagem e minhas certas-dúvidas

Viajar na minha viagem,
Não é viajar comigo.
No entanto, uma volta,
Só uma volta, basta para ser incrível.
E no meu mundo de imaginações
Eu viajo constantemente.
Tenho loucos sonhos,
Loucos pensamentos.
Você vai encarar?
Prefiro andar sozinho.
Eu tenho coragem.
Já conheço meus caminhos,
Meus labirintos, minhas indecisões,
Minhas dúvidas, minhas certezas,
Minhas dúvidas certas,
Minhas certas dúvidas.
Eu to saindo fora, deixando de lado.
Já sei me virar sozinho.
Agora, afirmo que posso prosseguir...
Prosseguir nessa solidão que,
Que me faz melhor do que quando eu percebia:
Sozinho eu não era nada.
Hoje, sei que sou muito.
E, da solidão sempre surgem:
Novos passageiros, novas vidas,
Novas idéias, novas dádivas, novos anjos,
Novas viagens...
Das quais perpassarei por caminhos,
Embora nem soubesse da existência destes no mapa.
Sempre ascende um novo EU (Revigorado e Forte).

sábado, 24 de outubro de 2009

????

Ah... Eu e a vida...
Desde pequeno, andávamos sempre de mãos dadas
Hoje, ela já não quer mais saber de mim
E eu, o que quero saber dela?

Constante inconstância

Turbilhões de pensamentos afloravam minha mente
As sinapses aconteciam tão rápido, muito rápido.
Era como o efeito de uma droga viciante e acalmante
A sensação de prazer toda noite era insaciável
Dezenas e mais dezenas de mililitros de hormônios eram liberados
Serotonina, endorfina, e outras ‘inas’ buscavam mediar o equilíbrio de meu corpo
Então, repentinamente, tudo parou! Ou melhor, foi controlado.
As excessivas doses de tais substâncias não ocorriam como antes
Será que o prazer já não é mais o mesmo? Errado!
Entendi então que o melhor era deixar desse jeito
Desse modo, estava eu mais seguro das minhas inconstâncias.

Sem saída

Entro nesse labirinto
Apenas sei onde fica a porta de entrada
Não sei aonde chegar
Mas já estou perdido
Caminhando entre lugares ao léu
Quando irei parar? Chegarei?
Não me importa!
Se eu estou perdido, mas junto a ti
Não me importa!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Tema: A fluidez do tempo


Vivemos a aurora deste século em que o tempo se tornou a principal medida quantificadora do cotidiano popular. Daí, “tempo é dinheiro”; “tudo é tempo e tempo é nada”. Chronos, personificação divina intitulada - Tempo – pela mitologia grega, “bagunça” freqüentemente a vida de todos que vivem em função dele. Seja na cronometragem de viagens, seja a duração de um ano, um milênio, minutar o tempo assumi seus conceitos relativísticos quando defrontados com a quebra de recordes, visto que um milésimo de segundo pode custar o ouro ou a prata. À luz do filósofo Santo Agostinho, o presente-passado é diferente para cada um.
Na física, podemos retratar o princípio da incerteza de Heisenberg que consta na aceleração de uma partícula negativa de maneira que sua velocidade atinja tamanha proporção de modo ao elétron sumir de uma determinada posição e assumir outra no mesmo intervalo de tempo. Conclusão: a carga negativa encontra-se em dois locais diferentes em tempos iguais. Pelas equações de Albert Einstein, tempo e espaço são padrões relativos, dependendo de cada referencial e cada momento, como enunciou, pela filosofia, Agostinho.
O denominado Efeito Borboleta traz a relação sistemática da interligação de todos os eventos antropocêntricos e não-antropocêntricos durante o curso da vida. Paralelar sobre esse efeito e a vontade do homem de alterar, em algum aspecto, seu passado pode levá-lo a uma série de conseqüências, mudando seu presente e também o futuro. Algo, ainda, inimaginável para se fazer.
Filme – O curioso caso de Benjamin Button -, livro – Memórias Póstumas de Brás Cubas – trazem a ideologia dos acontecimentos na ordem cronológica inversa. O fluir do tempo esconde seus mistérios e desperta a curiosidade humana para aprender a manipulá-lo. Poder acelerar, desacelerar, voltar e até mesmo parar essa contagem é muito sonhada. Basta ver que cada nova geração deve conter tudo mais veloz que a passada: a quebra de marcas registradas, o automóvel mais rápido, viagens ligeiras. E como dizer que o tempo é nada? O tempo é tudo, e para aqueles que sabem aproveitar, o tempo também é dinheiro.
É notório que a linearidade do tempo mostra-se essencial ao unidirecionismo dos fatos. Alterá-lo implicará na desorganização do sistema complexista. Devemos nos atentar piamente a “Chronus”, não o do relógio, mas o da vida. Pois ele passa vorazmente fluindo e sempre carrega tudo consigo, girando a roda viva da imaginação.

Até quando dura o sempre?


Conversando a altas horas com aquela que diz gostar dos meus textos, lancei a ela o meu próprio desafio: escrever sobre qualquer assunto que ela quisesse ler em meus versos. Eu, pensando que viria um tema fácil, tive um ledo engano. Para Sempre, essa foi a proposta escolhida por essa moça. Surpreso e com o gozo de tentar me superar cada vez mais no universo das letras, aceitei instantaneamente. Assumo que não sei falar do para sempre, mas buscarei no viés dos meus pensamentos e sentimentos externar sobre.
É difícil se falar e acreditar no para sempre, tendo a completa certeza de que somos findos. Nossa natureza carnal é finita, memoremos a morte. Há quem diga que até depois dela se ama, gosta, vive uma aventura transcendental. Bom, quanto a isso eu não sei, pois obviamente nunca morri e também não faço a menor idéia de como esses pseudo-discursores afirmam tamanha tolice. Entretanto, tendo uma visão complexa e racional, o para sempre pode ser visto não de maneira eterna, mas de modo sincero de expressão de ideologias, afinidades, amizades, amores e sentimentos outros. Parafraseando Vinicius de Morais, que seja Para Sempre enquanto dure. Daí, o “quanto dure” é muito relativo. Não depende apenas de um ou dois fatores, são aglomerados de situações que definirá a durabilidade do Sempre. Quando cito “de modo sincero”, é para não dar vazão àquelas pessoas que se aproveitam de palavras para conseguir/conquistar certos objetivos. Esses são ludibriadores, capazes de mexer com os sentimentos, virar as costas e dar adeus.
Tornamo-nos, pois, reféns do imediatismo, do achismo. Queremos cada vez mais viver o hoje já pensando no amanhã, no depois de amanhã, no para sempre. Apegamo-nos às pessoas, aos objetos, aos sentimentos de maneira que esquecemos nossa natureza humana e assumimos metafisicamente a nossa natureza sentimental, que nos faz passear pelas veredas do universo enquanto vivos. Queremos hoje, queremos agora, já e esquecemo-nos de enxergar valores, defeitos, birras. Achamos estar tudo bem, fechamos os nossos olhos para não querer enxergar nada. Pois assim é mais fácil, foi desse modo que nos ensinaram. Apenas esqueceram-se de falar que esse foi o ensinamento do sofrer. Fixamo-nos muitas vezes a certas pessoas e, por vezes, esquecemos que elas são simples pessoas, ou que não é Aquela pessoa que tanto imaginou. Então, sem dúvida, o para sempre virará o até logo. Devemos aprender a viver não o para sempre eterno, como já afirmara, mas viver o para sempre do hoje. No dia, 24 horas é a meta do teu sempre, deixe que no outro dia seja a nova meta e assim sucessivamente. Logo, a cada dia terás vivido um para sempre e quando menos esperar, esse para sempre pode levar muito tempo. Não o sempre do corpo, porque acaba, mas o sempre na memória de todos os que vêem e ficam eternizados com o sentimento e a aproximação construídos aos poucos, solidificando cada degrau da base, tornando-a forte e resistente a tudo. Aproveite o momento atual, como diria Scarlet: “o amanhã é outro dia” - o amanhã é para os acontecimentos e as preocupações do amanhã, viva o agora -. Há também, segundo a bíblia, o dizer de Jesus: “Deixe que os mortos enterrem seus mortos” - o que é passado, deixa no passado. Viva o agora -.
Liberte-se do ontem e do amanhã, viva vertiginosamente o dia de hoje. Não sabemos quando é o nosso fim material, muito menos o do outro. Se não aproveitar Este momento, amanhã poderá ser tarde demais, quem sabe até impossível. Quando passado o imediatismo, e enxergar o concretismo no outro – quando digo concretismo, é de ter conhecido as reais características dele – se ainda assim este te despertar um belo sentimento, uma boa sensação de prazer e satisfação, Esse sim será o para sempre. Sabe por quê? Porque mesmo que tudo um dia venha a acabar, por motivos outros que não a morte, sempre deixará ótimas marcas em você. Sempre te deixará lembranças maravilhosas, sempre deixará desejos. E por mais que surja outro, sempre o para sempre será lembrado. Busque, agarre aquilo/aquele que lhe faz bem, pois também estarás bem.
Se o para sempre é mesmo para sempre, referindo ao sentimentalismo, eu ainda também não vivi para saber, mas tenho toda vontade de entender e aprender sobre o amar para sempre, sobre o até sempre.


Erlei Morbeck
2009-09-03

Um dia desses...

Hoje saio de casa para um passeio, e não mais voltarei aos entes meus. Eu saio para libertar-me desse corpo que insiste em prender-me, limitar-me, esconder-me, maltratar-me. E vou perambulando em meio a tudo e a todos, olhando para todas as direções sem sequer conseguir enxergar algo que me force a ficar, a voltar aos meus. Vem então a angústia do meu existir querendo, exacerbadamente, tirar-me de dentro de mim, levar-me a esse passeio que tanto pensei. Por um minuto, ela rememorou em meus pensamentos o filme da vida, fazendo-me sentir um completo patético, bestializado com tanta futilidade que meu corpo se prestou a fazer. As tremendas idéias dantescas, nessa altura, já eram notórias, e a vontade de deixar-me ser levado era ainda maior... E de repente, tudo fica branco, nada mais é inteligível, visível, risível. Acreditava ter medo só da escuridão, mas ver a brancura feito a neve em minha fronte foi de arrepiar-me. Neste momento, imaginei que o meu pensamento se concretizou – livrar-me de mim -, estaria eu metafisicamente transfigurado, habitando aquele lugar que quase todos acreditam ir após o seu passeio eterno? Pobre ilusão, com um olhar mais aguçado, dei por conta de que a alvidez era das nuvens cobrindo completamente o céu e eu ainda aqui, neste mundo de loucos, preso, torturado e agora com o pensamento não realizado. Não contente, continuei os passos para tentar concluir o passeio, porém não adiantou. Dois ou três passos depois, assustado, encontrei novamente aquilo que não tinha perdido, embora naquele momento, não queria eu ter encontrado. Era minha casa. Daí, entrei, fui ao quarto e de frente ao espelho chorei as lágrimas da dor de um sonho não realizado. Até para ir e não mais voltar eu não presto. Frustrado, agora idealizo qual será o novo dia de uma nova despedida. Idealizo quando conseguirei exaurir-me dessa massa metamorfosicamente ambulante e retornar à plenitude de um ser impalpável, intangível, ilimitado, livre, aberto, complexo: o nada.

Quem sou eu?

Ora eu sou o nada, ora o tudo.
Ora sou o vazio, ora o cheio.
E afinal, quem sou?
- O nada? Tudo.
- O tudo? Nada.
(Erlei Morbeck)

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Fragmentos



A vida é feita de fragmentos perdidos no mundo. Ao vivermos, estamos buscando por nossos fragmentos para complementar os capítulos da nossa história. Busco pelos meus fragmentos, na certeza de que todos os já juntados foram bem encontrados, e o maior deles, até então, dei por conta que acabei de achar.

Erlei Morbeck

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Eis o meu enigma: Decifra-me!



Aprisionar-me às palavras, apenas isso que me resta.
Não poder me expressar, leva-me aos tempos de ditadura em que a liberdade de expressão fora suprimida do povo.
E fico aqui, sufocado e mergulhado em versos que não dizem nada sobre o meu sentir.
Queria poder não te falar nada, ou melhor, dizer tudo.
Mas nem sei aonde ando, nem qual caminho eu percorro.
Nesta nuvem embaçada – visão de neblina – ainda não consegui me encontrar. E se já me encontrei, estou louco!
Você está tão distante e ao mesmo tempo tão perto, não consigo enxergar ao certo, será realmente você que eu vejo?
Enquanto essa doença que corrói por dentro, buscando uma explicação ou uma cura não é tratada, deixo-a presa apenas ao meu reduto, para que não seja contagiosa.
Não posso negar que cada dia é melhor que o outro, desde que, no outro tu também estejas presente.
Serei mesmo eu: o ser insensível que não consegui enxergar o próprio eu? Ou a insensibilidade é a essência de conturbados pensamentos confusos e conflituosos?
De tudo enfim, nada não pode ser. Confesso perceber que algo já exista, só não irei afirmar o que. Pois a ilusão parece ter ganhado coerência e o sonhador ficou preso aos seus sonhos e versos... Preso, sem expressão, sem liberdade, calado... Quanta calamidade.

Erlei Morbeck
11 de junho de 2009

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Todo impossível será possível quando estiver contigo

Todo o impossível será possível quando estiver contigo
Com você eu nada temerei, não terei medo de errar. E se errar, erro acertando.
Pois por você, enfrentarei até a morte
Ainda não te tenho, mas não quero te perder e se perder, perderei ganhando
Ganhando por já ter ganho o meu ganhado
Ganhando o grande prazer de um momento ao seu lado.
Por você, eu me darei por inteiro, basta querer
Mas em você já se encontra toda a minha essência.
Todo o impossível será possível quando estiver contigo
Sinto que lá ao fim do mar algo nos espera
Lá é o horizonte, onde jorra a fonte da felicidade
Vem, vamos ao porto eu e você
Vem, vamos ver o sol a se esconder
Vem, pois sem você o sol pára de brilhar, o mar fica sem ondas, as chuvas sem águas, os choros sem lágrimas - E eu sem você.
Preciso estar contigo para tudo ser possível
E se existo talvez minh’alma já soubesse da tua existência
Meu pensamento já era seu e eu não entendia
O destino só fez seu papal, 写道 - estava escrito.
Todo o impossível será possível quando estiver contigo
Contigo, eu serei mais forte do que eu
Contigo, eu não serei eu, serei nós
E junto a ti, saberei fazer o impossível virar possível
Porque se uma parte de mim já é você, a outra também será
Pois você é o anjo do meu sonho de ontem que hoje se torna realidade.
Mas tudo isso é só quando estiver com você
Para todo o impossível virar possível, basta apenas lhe ter.
(by: Erlei Morbeck - 2009)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

SONHO DE UMA NOITE FELIZ



HOJE EU ACORDEI DE UM SONHO TÃO BOM
SONHEI QUE VOCÊ ERA SÓ MINHA
VI-ME OLHANDO PARA VOCÊ E CONTEMPLANDO
MARAVILHOSAMENTE SUA BELEZA
SONHEI QUE NÓS DOIS FAZIAMOS UM SÓ
QUE NOSSAS ALEGRIAS ERAM COMPARTILHADAS
A CADA DIA MAIS E MAIS...
POIS, NESSE SONHO TRISTEZA NÃO EXISTIA
E MESMO QUANDO ELA INSISTIA
ERA DEIXADA PARA TRÁS.
AGORA ME LEVANTO E VEJO QUE TUDO DE
‘MARAVILHADO’ NÃO EXISTIU
QUE FOI APENAS UM SONHO HOSTIL
AO MENOS, UMA NOITE FELIZ
E NADA MAIS... NADA MAIS SE PASSOU
DE UM SONHO... AHHHH... QUE SONHO!
SE EU PUDESSE VOLTAR O TEMPO
E NÃO PARAR MAIS DE SONHAR...
POR MINHA VIDA INTEIRA, SÓ PARA
CONTINUAR A TE CONTEMPLAR.



ERLEI MORBECK


JEQUIE/BA
AGOSTO DE 2006-08-15

Amigos...




Dedico estes versos aos meus amigos
Aqueles que compartilharam comigo
Prazeres, viveres, alegrias e brincadeiras
Tristezas, rancores, medos, dores e fraquezas

Trago nestas frases um singelo obrigado
Por terem me suportado com grande gentileza
E em mim desatina uma força não-passageira
De agradecer a todos de forma verdadeira

A todos os meus amigos peço perdão
Se muitas vezes faltei com a minha obrigação
Este foi um ano difícil, não é fácil entender
Minhas falhas não eu pude resolver

Agradeço a deus por cada um
Sem vocês, não conseguiria de jeito algum
Minha vida em poucas coisas se resume
Meus amigos, meus maiores ciúmes

Sei que desde o alvorecer deste ano eu desapareci
Desculpem-me! Os estudos tiveram que persistir
Um objetivo este ano eu quis traçar
Logo, dediquei-me de corpo e alma para alcançar

Se ferir a alguns pela minha falta
Eu novamente gostaria de me desculpar
Minhas dores também são fortes
Sinto a falta de todos, vocês nem podem imaginar

Ano de tristeza, ano de vitórias
Ano decisivo, anos de glórias
Ano de pranto, ano de rancores
Ano de sentimentalismo, ano de amores

A meu Deus, eu agradeço pela graça conquistada
Pois sem ele não adiantaria nada
As minhas riquezas não seriam minhas
A minha vida seria de prantos, sozinha

Eis que meu Deus colocou anjos em meu caminho
Meus amigos, meus companheiros, aqueles que não me deixarão sozinho
É por vós que agradeço

O próximo ano mais difícil poderá ser
Então, lembre-se que de nenhum irei esquecer
Pois no meu apogeu não quero alcançar
Sem vocês, MEUS AMIGOS, sem estarem a me apoiar

Meus amigos, meus fiéis escudeiros
Meus amigos, corações guerreiros
Estejam sempre comigo, pois sempre estarei com vocês
Amizade, amizade, amizade... Eu grito, pois tenho vocês!

Erlei Morbeck – 14/09/08

Amanhã

Amanhã o que poderá acontecer?
Será que enfim, novamente irei lhe ver?
Ou será o dia marcado para me esquecer?
Será que ainda hei de habitar esse mundo
Para que como um sonho doce e profundo
Ter a esperança de contigo estar
Ou chorarei lentamente na espera
Desse amanhã que nunca há de chegar?
Só para te encontrar;
Nossa!...
Para o amanhã muitas horas irão passar;
Muita coisa há de acontecer;
Só não a vontade de novamente poder-lhe ver.
Ah... Se eu soubesse do amanha!


(Erlei Morbeck - 2006)

A máscara

Aquele que ri, nem sempre é aquele que menos chora!

Morbeck

Meu Sonho Real

LUAR QUE AO OLHAR ENCANTA
UNIDADE DE BELEZA RARA
COMPOSTA PELO CÉU
E PELAS NUVENS CLARAS
UMA MARGEM ADMIRÁVEL
QUE AOS MEUS OLHOS PÁRA
ALARMANTE, AO TE VER
ELES "PULAM"
NATUREZA DE SORRIR E CANTAR
OH ESTRELA DANÇARINA
COMO FOI BOM TE ENCONTRA!

Ela ...

Seus olhos me encantam desde o primeiro olhar
A natureza do seu rosto me faz te admirar
Tua beleza inigualável, ímpar, incontestável julgar
Faz meu “eu” instável ficar

Uma pessoa tão bela que do pouco pude aproveitar
Como a vida é injusta, por que me deixou esperar?
E agora que te achei, perco-te! Não irei deixar!
Mas como a vida gosta de uma peça pregar

Ah... Seu balançado, gingado, dançar
Levam-me a delírios, tenho que aqui expressar
E essa pureza, esse ar angelical, que faz equilibrar
Equilibrar beleza e simplicidade, não é fácil alcançar

Gostaria de continuar a escrever
Mas minhas mãos estão com medo do que irão dizer
Talvez um segredo: Nem para você ouvir, nem eu falar

Como estava falando, por muito falar
Encerro aqui, mesmo sem querer, para não me complicar
E se mesmo assim quiser saber o que tenho para falar
Quem sabe não serão em outros versos que eu irei contar

E a outro leitor que ler estas manchas grafadas e se perguntar
Por que ele terminar os versos a infinitizar*?
Respondo-te desde já, irei afirmar
Não tem motivos, só quis diferenciar.

*infinitizar – neologismo criado no tocante aos infinitivos dos verbos

Metalinguagem

Tentei escrever grandes versos
Escrevi palavras
Escrever não é algo tão simples
É talvez um dom, uma coisa sublime
Perder horas pintando em uma folha
Versos que nos fazem pensar
(Perder horas? Na verdade, ganhar!)
Ora estou aqui, ora acolá
Pego na caneta e ponho-me a pensar
Às vezes nem penso, só escrevo
O que a natureza dos versos vem soprar
Viro a noite escrevendo este,
Que talvez não vá gostar
Este que escrevo não é mais um
Nem o mais bonito para se admirar;
Com ele quis mostrar com uma diferenciada
[linguagem
Como a temida metalinguagem se dá.

Erlei Morbeck – 15/12/08

sábado, 27 de dezembro de 2008

Insulto

Quem se contenta com o pouco: é porque não teve a coragem de acreditar

em sua própria capacidade de alçar vôos e buscar por profundos potes

[de ouro no horizonte.

Ficar fadado ao seu medo de arriscar e de não acreditar que dará certo,

comprova a imbecilidade do homem diante de si mesmo. Deve-se arriscar diante de

todas as brechas que a vida nos dá, Pois, alienados, não conseguimos enxergar

[que esses são os momentos certos de se apostar.

Para aprender a voar é necessário cair, mas sempre almejar pelo vôo perfeito

até conseguir. Para conseguir sucesso, é necessário apostar, "pagar para ver",

e essa coragem leva a muitos potes de ouro conquistar. Mas se não

["pagar para ver", onde achas que irá chegar?

Respondo: Ingênua pessoa infame, ignorante, imbecil e medrosa.

Respondo: Chegará ao NADA, a lugar NENHUM! Covarde.

Erlei Morbeck – 01/12/2008