quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Meu plano sentimental



Falar do meu plano sentimental em meus versos é o combustível da minha escrita. Argumentar sobre pensamentos e emoções, mesmo aqueles que eu nem tinha, sempre esteve presente em minha obra. No entanto, não conhecia o tal amor. Talvez os versos o expressassem para externá-lo de mim e não deixar que eu o visse, talvez eu realmente não o conhecesse. Zombava, tripudiava, vulgarizava esse estado de espírito metafísico, até ter me deparado com ele. Foi estranho, muito estranho! Primeiro, conhecê-lo. Depois, aceitá-lo. Não posso negar que este é um lindo sentimento pelo qual todos devem provar. No entanto, conscientes de que não são apenas flores, há também espinhos. E ferir-se com esses espinhos é impregnar-se de dor e assumir uma grande fresta – um buraco, um vazio, uma solidão. Quanto aos espinhos, não tenho ainda sábias experiências para comunicá-los, mas quanto às rosas... Nunca meu jardim se viu tão brilhante: são margaridas, orquídeas, girassóis, beija-flores, passarinhos para lá e para cá. Como fica besta aquele que ama. Porém, infeliz daquele que não é amado. O engraçado é que agora que o enxergo (meus sentimentos) não falo muito sobre ele. Talvez tenha superado minha expectativa, talvez não a tenha atingido. Calar minhas palavras foi aprender a reduzir minha expressão transcendental. Minha quietude se fez necessário. Dizer menos e escrever menos foram ações inquestionáveis. Sábio aquele que pouco fala/escreve e muito ouvi/aprendi. Fez-se necessário também que eu me calasse por auto-proteção, protegendo-me de mim mesmo e dos perigos que os espinhos podem vir a me causar. Há momentos que sofro oscilações, dúvidas, questionamentos, incompreensividades, mutabilidades. Ora sou palpável, ora intangível. Todavia essas variações não deixam que meus sentimentos se afastem de mim, mesmo às vezes quando o afastamento se faz necessário.
Após tempos, hoje resolvi abrir um precedente para falar desse meu plano metafísico. Pergunto-me por que só hoje? Por que não antes de ontem, ontem, amanhã, ano que vem? Talvez eu esteja ficando cego novamente, talvez eu esteja passando por mais um processo de mutabilidade, talvez, e mais certo, estava apenas precisando gritar nos meus versos os turbilhões dentro de mim, fazendo-me enxergar de fora – meu escrito – para dentro – minha leitura. Ah... Se a alteridade funcionasse! Verias então como estou.

(Erlei Morbeck 10/11/09)

5 comentários:

Mile Corrêa disse...

QUe lindo!
Finalmente, hein?
Eu SEMPRE soube, que aquela
revolta toda era só gogó e
que aí dentro batia um coraçãozinho
recheado de amor e romantismo!
ehiuehieuhieuheiueheiueheiuehe
Parabéns, meu amor, pelo texto
e pelo seu dia!
Te adoro!
Sua fã numero 1.

rafaella disse...

adoreiii...eu disse que ficou legal...kkkk
[:)]

Karla Thayse Mendes disse...

Lindoo

Lília Hendi disse...

Amo seus textos.Na verdade,quando você aceita que seu coração está amando alguém,você corre um grande risco de se decepcionar e de se machucar.Por outro lado,existe também a chance de você ser feliz,não eternamente,no amor também existe barreiras,obstáculos.Mas vale a pena viver tudo isso,de verdade!!Vc está ótimo viu amigo,beijos,continue assim!!!

Anônimo disse...

Muito lindo seu texto.
Ola Erlei,
Parabens pela habilidade de escrever,foi capaz de promover reflexoes, por horas esquecidas nesse mundo tao corrido. Espero ver mais bons textos feitos por voce, nesse cantinho tao particular seu e ao mesmo tempo tao identitario para muitos, como eu. =]