
Vivemos a aurora deste século em que o tempo se tornou a principal medida quantificadora do cotidiano popular. Daí, “tempo é dinheiro”; “tudo é tempo e tempo é nada”. Chronos, personificação divina intitulada - Tempo – pela mitologia grega, “bagunça” freqüentemente a vida de todos que vivem em função dele. Seja na cronometragem de viagens, seja a duração de um ano, um milênio, minutar o tempo assumi seus conceitos relativísticos quando defrontados com a quebra de recordes, visto que um milésimo de segundo pode custar o ouro ou a prata. À luz do filósofo Santo Agostinho, o presente-passado é diferente para cada um.
Na física, podemos retratar o princípio da incerteza de Heisenberg que consta na aceleração de uma partícula negativa de maneira que sua velocidade atinja tamanha proporção de modo ao elétron sumir de uma determinada posição e assumir outra no mesmo intervalo de tempo. Conclusão: a carga negativa encontra-se em dois locais diferentes em tempos iguais. Pelas equações de Albert Einstein, tempo e espaço são padrões relativos, dependendo de cada referencial e cada momento, como enunciou, pela filosofia, Agostinho.
O denominado Efeito Borboleta traz a relação sistemática da interligação de todos os eventos antropocêntricos e não-antropocêntricos durante o curso da vida. Paralelar sobre esse efeito e a vontade do homem de alterar, em algum aspecto, seu passado pode levá-lo a uma série de conseqüências, mudando seu presente e também o futuro. Algo, ainda, inimaginável para se fazer.
Filme – O curioso caso de Benjamin Button -, livro – Memórias Póstumas de Brás Cubas – trazem a ideologia dos acontecimentos na ordem cronológica inversa. O fluir do tempo esconde seus mistérios e desperta a curiosidade humana para aprender a manipulá-lo. Poder acelerar, desacelerar, voltar e até mesmo parar essa contagem é muito sonhada. Basta ver que cada nova geração deve conter tudo mais veloz que a passada: a quebra de marcas registradas, o automóvel mais rápido, viagens ligeiras. E como dizer que o tempo é nada? O tempo é tudo, e para aqueles que sabem aproveitar, o tempo também é dinheiro.
É notório que a linearidade do tempo mostra-se essencial ao unidirecionismo dos fatos. Alterá-lo implicará na desorganização do sistema complexista. Devemos nos atentar piamente a “Chronus”, não o do relógio, mas o da vida. Pois ele passa vorazmente fluindo e sempre carrega tudo consigo, girando a roda viva da imaginação.